O princípio básico da compactação utilizando rolos vibratórios com patas está na transmissão de força para o solo, gerada essencialmente pelo peso do próprio rolo e potencializada pelas vibrações.

Mas existe outro fator que deve ser levado em conta, que é a velocidade com que o rolo se desloca. Quanto maior o “momentum”, mais força é gerada em cada impacto. Portanto, a compactação acaba acontecendo mais rapidamente.

Existem equipamentos projetados especificamente para explorar este fato, os “velocistas” da compactação. A arquitetura para este tipo de desempenho exige a combinação de 5 fatores chave:

– Motor com potência adequada para movimentar toda a tonelagem do equipamento sem consumo excessivo de combustível.

– Transmissão com quantidade de marchas adequadas para permitir uma amplitude de velocidades superior à de um rolo vibratório comum e escalonamento adequado de torques durante o desenvolvimento das acelerações e desacelerações.

– Frenagem rápida, com sistemas específicos para as velocidades máximas que podem ser atingidas.

– Design das patas adequado para esta dinâmica. Face à maior energia transmitida ao solo, os formatos precisam ser diferenciados para aproveitá-la ao máximo.

– Suspensão especial para absorver um nível de vibração muito maior, garantindo o conforto do operador e a manobrabilidade.

Com estas características, existem rolos compactadores do tipo tamping que são produzidos no Brasil, e que atingem velocidades de até 20 Km/h. Seu nicho de aplicação são as obras que trabalham grandes volumes de terreno.

Vejamos o exemplo de um teste feito pela Odebrecht nas obras de duplicação da BR 163 no trecho de 100 km que vai de Rondonópolis até a fronteira com o Mato Grosso do Sul.

Foram comparados dois tipos diferentes de equipamentos, um de alta e outro de baixa velocidade num terreno amostral de 15 x 100 metros a ser compactado. O tamanho limitado serviu para avaliar não apenas a produtividade, mas também quesitos como manobrabilidade, aceleração e frenagem. Os operadores foram entrevistados para opinar sobre a qualidade das condições de operação na cabine.

Ambos equipamentos trabalharam no mesmo tipo de solo (Silte), com umidade de 15,2%, buscando proctor de 100%.

Os modelos comparados foram um convencional, o CAT 825 e o DYNAPAC CT 3000, um modelo tamping de alta velocidade.

O resultado, mostrou claramente esta diferença de arquitetura dos equipamentos:

Conclusão

Na obra analisada, com base nas medições deste teste e considerando o consumo menor de combustível combinado com maior produtividade, e tomando por base os preços do litro de óleo diesel e valor de remuneração por metro cúbico à época do teste, calcula-se que o rolo CT 3000 tem um retorno anual de investimento da ordem de R$ 852.220,00 a mais que o rolo compactador de referência. Um valor que basicamente paga o investimento no equipamento.

Além dos resultados obtidos nas medições, a experiência qualitativa do encarregado da obra e do operador também foram positivas:

“É um rolo de alta produção”, avaliou o encarregado Muniz Chavez.

“A máquina é muito confortável e macia. É igual a dirigir um carro pequeno”, declarou o operador de rolo Célio Paiva.

Interessante notar que mesmo no exíguo espaço de manobra, o rolo conseguiu acelerar até sua velocidade máxima de 20 Km/h, freando com eficiência ao final do trajeto.

Quanto maior a extensão de terreno a ser compactado portanto, mais vale a pena optar por rolos tampings de alta velocidade, em especial porque sendo fabricados no Brasil, se tornam mais acessíveis e fáceis de manter.