Este blog mostrou como uma nova tecnologia denominada “Compactasphalt” tem revolucionado o processo de pavimentação aliando produtividade e sustentabilidade. Devido ao grande interesse dos leitores sobre o assunto, vamos explorá-lo um pouco mais e entender os detalhes por trás de seu funcionamento.

Uma estrada deve fornecer ao usuário qualidades funcionais, tais como aderência, uniformidade e estabilidade do pavimento, redução de ruído, boa visibilidade, que por sua vez se traduzem em conforto, segurança e também aumento da vida útil do veículo.

Para isso, as propriedades estruturais que uma boa pavimentação deve entregar são resistência e estabilidade a cargas de peso combinadas a elasticidade e flexibilidade para manter a integridade com sucessivas e amplas variações de temperatura, assim como a resistência ao desgaste por atrito.

Quando isso é atingido, além de uma ótima experiência para o usuário, os custos de manutenção da via também se reduzem significativamente, e isso deve ser levado em conta quando se considera o investimento total na obra.

A boa compactação do asfalto é crucial para isso, mas o método convencional apresenta alguns problemas, principalmente sob mau tempo. A construção tradicional de estradas envolve duas etapas distintas, aplicação da primeira camada de suporte, chamada de binder, aplicação do ligante e por fim o lançamento da camada de desgaste, também chamada de capa de rolagem.

Estudos mostram que cada 1% no aumento do grau de compactação aumenta a resistência à deformação, em aproximadamente 15 – 20 %. Se o grau de compactação aumenta de 97 para 100 %, a resistência à deformação térmica vai aumentar em quase 50%.

Mas o esfriamento do asfalto em função da temperatura ambiente, vento e outros fatores antes da conclusão do trabalho, reduz o grau de compactação e aumenta o índice de vazio. Com isso, a durabilidade da estrada é sensivelmente reduzida.

Correlação entre temperatura e compactação de asfalto

Além da temperatura da mistura, outro fator decisivo é o tempo disponível para a compactação final. Quanto maior a espessura total, mais lento é o resfriamento e menos tempo fica disponível para o trabalho de compactação.

A partir do estudo destes desafios, o Professor Elk Richter em Erfurt, Alemanha, desenvolveu e patenteou um novo método em 1993, denominado “quente-sobre-quente”, traduzido no revolucionário conceito da Compactasphalt. Nele, o binder e capa de rolagem são aplicados sobre a camada de suporte um após o outro em uma só passada, sem necessidade de material químico ligante entre as camadas, como acontece no método tradicional.

Veja na animação abaixo como funciona o conceito do Compactasphalt.